Uns mais outros menos, hoje pudemos todos dormir um pouco mais do que o normal em rotina de filmagens. Apesar do horário marcado ter sido às nove, confesso que acordei a primeira vez às 5h45 achando que dormira demais e que teria 10 min pra correr, me arrumar, checklistar e chegar no set. Às 7h25 acordo de novo, dessa vez com o produtor me ligando. Mas eu não sou obrigada, virei, cocei-me e dormi de novo até às 8h.
Fui a terceira a chegar, depois de Ana e Bia. Corremos para arrumar o set e organizar o nosso camarim na sede do Alcoólicos Anônimos. Os fotografia logo chegaram, acompanhados do som, continuidade e todo mundo mais. Engraçado chamar os integrantes pelas funções, logo hoje que eu realmente me irritei com isso. Algumas pessoas ou esqueceram meu nome ou acham ele muito longo pra fala-lo ou fazem isso pra irritar mesmo. Mas o fato é que hoje eu mudei de nome pra Arte. Parece besteira? Eu realmente acho uma grande falta de respeito tratar pessoas, principalmente com as quais você trabalha de “Ei”, como os atores foram chamados algumas vezes, “menina”, como eu vi algumas pessoas serem chamadas ou como “Arte”. Mas enfim. Eu de fato levo palavras muito a sério.
Iniciamos bastante atrasados, levando em consideração a ordem do dia. O início para mim foi uma grande delícia, quando fotografia e direção decidiram voltar atrás e aceitar minha idéia de colocar uma mesa em cena, com a jarra de água, copos e tudo mais que eu queria. No final, fiquei muitíssimo satisfeita com a cor, disposição e tudo mais no cenário.
Com a equipe meio dispersa e um tanto enrolada, confesso que fiquei preocupada com os atores, Néri e Ronaldo, que passaram a manhã inteira sem gravar uma cena sequer, sem contar o Ricardo que esperou um bocado debaixo de tanta luz, já preparado, para iniciar as filmagens. Quase 4 horas enfurnado naquela sauna em que se transformou o nosso set.
Chegamos às 13 horas sem um plano sequer. Revezamo-nos para o almoço, gentilmente oferecido pelo restaurante do Clube Português do Ingá à equipe. A essa altura eu já estava bastante tensa com o andamento de tudo e com medo da irremediável queda de rendimento que fatalmente viria depois do almoço. Mas esse povo parece que trabalha às avessas e me surpreendi com o pique que se deu logo após a refeição. Mais ainda, surpreendi-me com a sintonia com que toda a equipe trabalhava. E assim seguiram-se os planos, 18 ao todo, com uma média de 4 takes por cena.
Imprevistos? Difícil dizer. Da minha parte, esqueci de levar bandeides e antiséptico.. Engraçado que coisas esdrúxulas são sempre pedidas à diretora de arte auiehuiaheiua
Muita coisa surgiu nesse primeiro dia, além dessa equipe coesa e eficiente, que eu até então duvidava que existiria. A Dani agia, muito mais do que falava, o Dênis realmente sabia o que estava fazendo, a Tássia preenchia as fichas de continuidade numa enorme presteza, os atores, fantásticos, com cacos utilíssimos, Fernando que coordenava muito bem a equipe, dupla de fotografia empenhada... Um clima muito gostoso de se trabalhar. Eu observava tudo atentamente, me esforçando para guardar detalhes interessantes para postar nesse diário. Pensava e tentava memorizar, digitando na minha cabeça um diário muito mais interessante do que tenho conseguido escrever às noites depois de 10, 12 horas de filmagens. O fato é que durante o dia me empolgo tanto com a idéia que tenho vontade de divulga-la logo, bem antes do previsto (fim das filmagens). Mas então chego em casa, releio cansadamente os posts e vejo que se trata muito mais de um diário da Vanessa do que do Cleptomaníacos Anônimos. Mas enfim. Será o único que teremos.
Mal posso esperar pelo dia de amanhã. Feriado das crianças e dia santo e nós, 20 pessoas que há alguns dias eram meros estranhos, dividiremos refeições, alegrias e agonias, como numa família feliz, seguiremos o percurso de um mesmo caminho, em busca de um mesmo resultado.
*o clichê é lindo
domingo, 11 de outubro de 2009
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